Eis aqui duas locuções verbais que frequentemente causam problemas aos usuários da língua. É bastante comum vermos falantes do nosso idioma pronunciando estruturas do tipo “Possa ser que o documento esteja no armário do chefe”, as quais deixam os mais instruídos “de cabelo em pé”. Vamos às orientações...
a) A construção perifrástica “pode ser” (formada pelo presente do indicativo do verbo PODER seguida do verbo SER no infinitivo) deve ser usada quando se deseja obter o sentido de “é possível, é provável”. Portanto...
* PODE SER que o documento esteja no armário do chefe. (e não “possa ser”)
* Não sei ao certo, mas PODE SER que a empresa não aceite as nossas observações.
b) Já a locução verbal “possa ser” deve ser usada em orações subordinadas em correlação geralmente com um verbo no presente do indicativo, presente na oração principal. Essa locução, quando empregada corretamente, apresenta sentido de “venha a ser” ou “seja”.
* É essencial que ele POSSA SER o nosso representante na reunião com a diretoria.
* Não sei ao certo, mas acho que talvez ele POSSA SER o nosso gerente de marketing para o próximo ano.
Fonte: Nova gramática da língua portuguesa para concursos
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